A carreira de desenvolvedor de aplicações web é uma das mais procuradas no setor de Tecnologia. Num universo em que os negócios exigem que aplicações robustas possam rodar em um ambiente de alta latência – que é um elemento negativo, já que significa o tempo que um pacote de dados leva para ser entregue – esse profissional é cada vez mais necessário para que uma empresa possa se manter competitiva. O “programador ideal” (web full stack) é aquele capaz de trabalhar com toda a pilha de desenvolvimento de um projeto, desde o que é visível até absolutamente tudo o que diz respeito ao sistema e que garante a boa experiência do usuário. Para se ter uma ideia, um atraso de 100 milissegundos no carregamento das páginas da Amazon gera uma redução de 1% nas vendas.
De acordo com Adriano Filadoro, CEO da Online Data Cloud, muitos desenvolvedores são formados em Análise de Sistemas ou Ciência da Computação, mas há outros tantos que são engenheiros, economistas, matemáticos etc. “É importante esclarecer que desenvolvedor web é diferente de web designer. Enquanto o primeiro desenvolve um sistema que funciona na web com lógica de programação, o segundo cria telas e uma identidade visual para o projeto, considerando quem vai utilizar o produto. São funções essenciais para um bom projeto, mas muito diferentes entre si. Quem quer ser um bom desenvolvedor de aplicações para internet tem de ser capaz de dominar a programação e ter vasto conhecimento teórico e prático. Além dos recursos tangíveis, é importante ter ideias inovadoras e paciência para atingir resultados de alta qualidade. Afinal, há novidades o tempo todo”.
A seguir, o especialista revela quatro dicas para quem está começando e quer se dar bem na profissão de desenvolvedor de aplicações robustas para internet:
- Planejamento vem antes de tudo. “A fase inicial, de planejamento, talvez seja a mais crucial de todas, já que a definição de especificações e a visualização dos vários aspectos importantes para o projeto é que vão determinar as técnicas necessárias para se alcançar o objetivo final. Quando se tem uma estratégia ou um plano bem definido, é possível se concentrar nos aspectos responsáveis por fazer acontecer. Neste caso, a dica é dividir o projeto em partes gerenciáveis e se perguntar o tempo todo se está no melhor caminho em termos de funções – sempre tentando prever resultados. Não é exagero dizer que cada minuto gasto no planejamento economiza vários minutos na execução”.
- Investir na visualização agiliza a tomada de decisões. “Visualizar um projeto não é tão difícil quanto possa parecer e agiliza muito a tomada de decisões durante a construção de aplicações robustas para rodar em ambientes de alta latência. Trata-se de um recurso bastante utilizado, que pode fazer uso de um fluxograma facilmente encontrado na web ou ainda de um wireframe, que nada mais é que um layout em que se pode ver os elementos fundamentais na interface e como as páginas se relacionam. Com um wireframe, é possível determinar quais botões usar, onde eles ficam mais bem posicionados etc., economizando tempo que será destinado à codificação real. O fluxograma e o wireframe inclusive ajudam a evitar erros durante o processo de codificação”.
- Ferramentas de automação são uma ‘mão na roda’. “Ferramentas de automação de software e automação de teste são sempre bem-vindas, até mesmo para programadores. Basta imaginar o tempo necessário para testar um projeto manualmente – o que pode ser tedioso. A boa notícia é que existem plataformas de automação de testes online prontas para serem utilizadas. O teste automatizado é provavelmente a técnica mais eficaz para encontrar um equilíbrio entre velocidade e qualidade. Essas ferramentas de automação ajudarão a economizar tempo e garantirão que o código funcione, evidenciando erros, brechas e outras falhas de desenvolvimento. A propósito, falhas de automação são comuns e evitáveis. Portanto, ninguém precisa se desesperar, já que o objetivo final é melhorar a qualidade. Mais uma vez, paciência é palavra-chave”.
- Definir tecnologia mais adequada é fator decisivo. “Fazer uso da tecnologia que mais se adapta às especificações do projeto é condição decisiva para se atingir o sucesso e depende muito do conhecimento teórico e prático do programador. Por isso, o desenvolvedor de aplicações web será muito mais bem-sucedido se fizer uso de frameworks, bibliotecas, bancos de dados e outras ferramentas corretas, definindo os recursos necessários para o projeto. Essa definição envolve muitos aspectos que precisam ser avaliados antes da largada. Qual linguagem de programação se mostra mais adequada? Quais são os dispositivos de destino para compatibilidade? Que tipo de plataformas de automação de testes online poderá ser usada? Por fim, é importante se certificar de eleger ferramentas compatíveis entre si e com as quais se tenha alguma familiaridade”.